O tenista londrinense Felipe Garla é um jovem de apenas 22 anos que, assim como milhares de atletas, tem planos de buscar o seu lugar ao sol na modalidade que ama. Felipe recém retornou ao Brasil após passar quase um mês na Flórida (EUA), jogando três torneios ITF Futures que aconteceram por lá no mês passado. A mala desta vez voltou sem nenhum troféu, mas repleta de histórias e novas experiências na quadra.

Garla joga tênis desde os 8 anos e, segundo ele, sua principal qualidade como atleta é a perseverança em busca da vitória. O tenista diz também que tem facilidade em relacionar-se com as pessoas do universo do tênis e que que sua “melhor arma” é o forehand, golpe fundamental realizado com a palma da mão voltada para a frente e essencial para todo tenista de sucesso.

Ele já passou por diversas fases na carreira e hoje considera-se mais observador. “O que tiro de mais positivo desta experiência foi a evolução do meu jogo. A diferença do nível que apresentei na primeira partida em relação à última foi nítida. Além do mais, conheci muitas pessoas do meio do tênis, reforcei algumas amizades e fiz outras. Aproveitei também para praticar o inglês”, explica Garla, que com a sua característica humildade aproveitou para elogiar o adversário mais marcante da gira.

“O jogo que sempre vou lembrar desta viagem foi o que fiz contra o canadense Felix Auger, de apenas 16 anos e atual número 2 do ranking ITF (até 18 anos), e 563º da ATP. Apesar de não ter vencido aquela partida, fiquei impressionado em ver um garoto de 16 anos desenvolvendo um nível tão alto de tênis”, comenta.

Para ele é importante que os tenistas mais novos participem destes torneios, pois assim podem avaliar o nível que estão desempenhando em relação aos tenistas já pontuados na ATP. Contudo, é importante também que nenhuma etapa da preparação do tenista seja substituída. Por isso, Garla admite que é importante participar de torneios menores, sobretudo nas categorias infantojuvenis.

“Os torneios juvenis são fundamentais para a formação do jogador, por isso o atleta que deseja ingressar para os Futures deve sempre tomar muito cuidado para não pular essas etapas”, crava o tenista, que conquistou seu primeiro ponto no ranking ATP aos 17 anos, num torneio no Santa Mônica, em Curitiba.

Nada até aqui seria possível sem treino, e Felipe sabe muito bem disso. O tenista treina na AABB de Londrina com o treinador Guilherme de Paula. Ele atribui o sucesso desta parceria, além do suor na quadra, à prática em conjunto do Método DeRose. “Acho que o diferencial nos meus treinamentos é a amizade que tenho com os meus parceiros e com o meu treinador. Outra coisa que tem me ajudado muito fora das quadras é o Método DeRose de Ioga, onde o instrutor Alexandre Palharim tem sido essencial para o nosso desenvolvimento”, afirma.

Após retornar dos Estados Unidos, Garla disse que ele e seu treinador conseguiram identificar os pontos em que precisa melhorar nos jogos. “O Guilherme desenvolve os treinamentos, que antes da viagem foram intensificados. Treinamos todos os dias, inclusive aos finais de semana. Durante as partidas conseguimos detectar alguns pontos em que preciso melhorar. Dentre eles, acho que devo dar atenção especial ao meu saque e ao meu condicionamento físico”, admite.

Garla disse que pretende jogar outros torneios ITF Futures neste ano e que espera estar melhor ranqueado na ATP o quanto antes. Porém, ele não descarta jogar os torneios estaduais durante a temporada 2017. “Os torneios da Federação de Tênis que acontecem aos finais de semana sempre serão uma ótima opção para os tenistas. A premiação melhorou muito e, mais do que nunca, temos a oportunidade de jogar com atletas que já possuem um bom nível de tênis”, observa.

Para atingir todos os objetivos que Garla e sua equipe planejam para 2017, o tenista vai trancar a faculdade de Educação Física para dedicar-se em tempo integral aos treinamentos. “Espero que seja um bom ano para mim. Coloquei a meta de atingir o ranking 800 da ATP ou abaixo disso”.

Enquanto ele treina, a gente segue na torcida.

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