Com o objetivo de propagar e incentivar o tênis feminino, a Federação Paranaense de Tênis (FPT) está programando ainda neste ano um torneio de classes exclusivo para as mulheres. A competição ainda não tem data nem local confirmados, mas o presidente Silvio de Souza já adianta algumas informações.

“Ainda estamos planejando esta ação pioneira em nosso Estado e as perspectivas são as melhores. Já falamos com algumas atletas que demonstraram muito interesse em participar e gostaram muito da ideia. Um dos objetivos é buscar mais premiação nas principais categorias. A FPT vai tentar fazer um torneio mais atrativo, com horários diferenciados e que atraia o público feminino para o tênis. A intenção é trazer as mulheres para jogarem mais e participarem de mais torneios. A princípio, o torneio seria realizado em Maringá e depois, obviamente, em outras cidades do Paraná”, disse Silvio.

Algumas mulheres que jogam tênis ou têm ligação com o esporte comentaram a informação. Veja o que elas disseram.

Marcia Pelanda, sócia-diretora da Academia Marco Silva, 53ª no ranking ITF +45, campeã do ITF G1 em Brasília no ano passado

“Acho super válido um torneio só para mulheres. Temos que botar mais energia nisso para que as categorias se revitalizem. Essa intenção da FPT vem bem de encontro a isso, e por isso a diretoria está de parabéns. Na academia estamos todos os dias trabalhando para que haja uma dinâmica legal de treinos. No ano passado fizemos um Circuito Interno que reuniu pouco mais de 20 participantes e neste ano tenho certeza que esse número vai aumentar. Vamos continuar com o Circuito porque há um crescimento no tênis feminino, e noto isso no dia a dia da academia. Hoje elas não querem só “bater bola”, elas querem disputar campeonatos, treinar para valer mesmo. Super avalizo essa ação da FPT”.

Luciane Tkatch Palivoda, gerente da sede de tênis Lucius Smyte do Clube Curitibano

“Que ótima iniciativa! Acho que é essencial para o tênis feminino um torneio exclusivo para mulheres no Paraná. Aqui no clube a gente faz alguns encontros e torneios internos das mulheres tenistas. Fazemos intercâmbios, convidamos alguns clubes para jogar e utilizamos isso até mesmo como treino. O número de tenistas mulheres está aumentando e o nosso lema é resgatar isso cada vez mais. Temos senhoras de 70 anos e jovens de 18 que vêm jogar. Temos que nos adaptar às idades e para isso o trabalho com os técnicos e professores é fundamental. Sempre motivamos as mulheres para o esporte e participamos do Torneio Interclubes em Maringá, que para nós é um dos mais importantes do ano e onde podemos participar com as nossas associadas”.

Claudia Surugi, 1º do ranking 2FB no ano passado, atleta federada há 30 anos, treinadora do Graciosa Country Club há 28 anos

“Acho fantástica a ideia da FPT, pois é algo que nunca tem. Certamente um grande diferencial. Uma ideia muito legal que com certeza terá uma participação em massa das mulheres que jogam tênis no Paraná. Sei que os torneios da FPT estão muito organizados e que o número de participantes cresceu demais, principalmente depois do Interclubes de Maringá. Muitas pessoas ficaram mais motivadas porque os clubes passaram a participar deste grande evento. Acho que mais mulheres no esporte seria muito importante. Não só como atletas, mas também treinadoras como eu e outras que atuam aqui no Estado. Mesmo com mais idade, a mulherada tem que participar.  Gosto do que faço e espero não me aposentar tão cedo. O esporte é um remédio diário para todo mundo. Foi o esporte que me segurou em todas as dificuldades que tive na vida. Sempre foi a minha bengala”.

Dalzira Silveira, 1ª do ranking 5FB no ano passado, empresária, proprietária da Império Pizzaria, atleta do Country Club de Foz do Iguaçu

“Meu Deus, que maravilha, já era para ter realizado (risos)! Vocês são ótimos e com certeza será um sucesso! Se depender de mim e da mulherada que eu conheço estaremos em peso participando do torneio. É importante porque eu percebo que nos torneios muitas mulheres reclamam de premiação, mas muitas de nós não participam. Tem torneio que tem 80 homens e apenas 5 mulheres inscritas. Acredito que um torneio exclusivo para nós vai trazer as mulheres para o tênis, além de ser um dia só nosso. Com certeza nos próximos torneios as mulheres vão participar muito mais. Se a gente quer algo igual, a gente tem que lutar por aquilo, né? Não adianta reclamar e não participar. Vai ser um grande incentivo da FPT. Vejo as dificuldades que temos aqui em Foz. Algumas querem jogar e mesmo assim não participam. Agora a iniciativa vai calhar bem em colocar a mulher como protagonista, em evidência. Eu participo de diversos torneios e acho que a organização e o respeito pelos atletas é uma marca registrada da Federação. Estão todos de parabéns”.

Nadja Mauad, repórter esportiva da Rede Globo, ex-tenista

“Joguei pelo Clube Curitibano dos 7 aos 16 anos, mas parei porque tive muitas lesões e acabava perdendo muito tempo com fisioterapia. Fui campeã paranaense infantojuvenil e tive momentos memoráveis representando o Paraná no torneio Interfederações. Fiz muitas amizades que trago comigo até hoje. Acho super legal a ideia da Federação de Tênis, especialmente quando alguns tenistas do feminino e do masculino, como Andy Murray, por exemplo, manifestam-se a favor da igualdade, principalmente em relação às premiações desiguais. É uma ideia pioneira que vai valorizar muito o tênis feminino. Acho que a FPT está erguendo uma bandeira muito importante para as mulheres que hoje estão nessa luta. Se tiver uma categoria de classes para uma ex-tenista acima dos 30 anos que não joga muito, ‘tô dentro’! Praticar esportes, incentivar as mulheres, os homens, as crianças a jogar é sensacional, sobretudo, repito, neste momento onde grandes atletas estão levantando essa bandeira pela igualdade”.

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