O tenista da semana é um cara bacana e dedicado. Cícero Rohr (DRTT), gaúcho criado em Florianópolis (SC), veio há quase 20 anos para Curitiba e hoje, aos 41, é sócio de uma das maiores e mais premiadas agências de comunicação do país. Casado com Mônica, pai da Beatriz (10) e Marina (5), ele diz que, apesar do tênis ter surgido tarde em sua vida, hoje é o esporte que mais lhe traz prazer.

“Fui levantador da seleção de vôlei de Floripa, fiz natação, joguei pólo aquático e futebol, mas nunca fui tão feliz numa modalidade como sou no tênis. Comecei a jogar em 2014. Houve uma festa de fim de ano da agência que foi num prédio com quadra. O pessoal levou raquetes e bolinhas e resolvi brincar. Foi paixão à primeira vista! Logo em janeiro já estava matriculado numa escola e comecei a treinar. Em 2016 passei a disputar os torneios da FPT na 7ª classe. Naquele ano já terminei na liderança e pulei direto para a quinta. Mais uma vez terminei o ano na liderança e agora jogo na 4MB. Os jogos estão muito mais difíceis e só no fim de semana passado consegui ganhar o primeiro torneio”, conta Cícero, referindo-se ao Full Festival FPT 1000 que aconteceu em Paranavaí, distante 500km da capital.

Na final deste torneio, Cícero venceu o tenista André Delatorre por 2 sets a 1, com parciais de 6/4, 0/6 e 10/5. Com o resultado, chegou à liderança do ranking com 2503 pontos, contra 2315 de Fabiano Azevedo, o vice-líder. Desde 2016, Cícero tem um aproveitamento de 79%, quando jogou 43 partidas e saiu vencedor em 38 delas. Em 2017 ele jogou 50 partidas e venceu 38. Neste ano, ele já jogou 19 vezes e venceu 13.

“Resolvi encarar a viagem junto com os amigos Fabio Monteiro e Gustavo Camargo. Sempre tive vontade de jogar em Paranavaí e, de fato, o clube é muito agradável e o torneio muito bem organizado. O Fábio Lino foi um ótimo anfitrião e tivemos um grande fim de semana. Acho que o meu melhor momento lá foi o super tie-break da final. No primeiro set joguei relativamente bem, mas no segundo tive um apagão e tomei um pneu. No tie-breakão o Delatorre (aliás, um cara muito legal) abriu 5x2, mas consegui reencontrar a tempo o meu jogo e fiz 8 pontos seguidos, com vários winners, e fechei em 10x5”, recorda Cícero.

De acordo com os resultados que vem conquistando em tão pouco tempo e com a evolução constante de seu jogo, o atual líder do ranking da 4MB é o que podemos chamar de prodígio do tênis. Nesta temporada ele tenta chegar ao topo do ranking pelo terceiro ano consecutivo. “Acho q minhas principais qualidades como atleta são a vontade e a dedicação. Como não comecei a jogar quando infanto não tenho os movimentos tão perfeitos quanto quem joga desde cedo. Da mesma forma, não tenho nenhum talento especial. Então, meu jogo está muito baseado no esforço e na busca pelo erro zero”, explica.

Sobre o futuro, Cícero é taxativo. “Espero repetir a subida de classe como estou fazendo ano a ano. Só que agora os jogos estão cada vez mais pesados e não consigo de jeito nenhum ganhar de caras como o Leon e o Jayribe. Sem contar os adversários das outras cidades, como o Fabiano, por exemplo, que é o segundo no ranking. Fizemos um grande jogo aqui na semifinal do Três Marias. Não sei se conseguirei subir, mas vou me esforçar para alcançar uma pontuação que me permita jogar a 3MB no ano que vem. Neste ano pretendo também jogar o Interclubes em Maringá com o Jayribe Silva, pelo time DRTT”, avisa.

Cícero diz ser um apreciador do trabalho da Federação Paranaense de Tênis e elogia a organização dos torneios. “Sou um grande fã do trabalho da FPT. Como disse, o tênis me deu uma rotina de atividade física e acredito q isso tem muito a ver com os torneios da Federação. O fato de me inscrever e jogar os torneios me motiva a treinar, melhorar meu jogo e buscar bons resultados. Acho o tênis no Paraná muito bem organizado e a Federação muito atuante. A sede da CBT fica em Floripa, mas eu não percebo lá o vigor que existe aqui. Sinto falta só de mais quadras públicas, como vejo principalmente fora do Brasil, o que estimularia muito a prática desse esporte por mais pessoas”, ressalta.

Contemporâneo de ninguém mais, ninguém menos que Gustavo Kuerten, Cícero disse que tem vários amigos em comum com o maior tenista brasileiro e, também, uma paixão em comum. “Sou de Florianópolis e sempre fui audiência de tênis. Acompanho o circuito muito de perto desde 95/96, ainda antes do 1o título de Roland Garros do Guga (mas quando ele já estava começando a aparecer em torneios ATP). Ele é de 1976 e eu, de 77. Tínhamos vários amigos em comum e foi impossível não me interessar por tênis. Além disso, com frequência encontrava o cara na Ressacada, estádio do Avaí que continuo frequentando sempre que tenho disponibilidade”, afirma.

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