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TENISTA DA SEMANA
14 de junho de 2018 09:12
Tenista da Semana: Maria Esther Bueno (1939 - 2018)
Confira a homenagem da Federação Paranaense de Tênis à bailarina do tênis que nos deixou no último dia 8 de junho

A coluna Tenista da Semana traz uma homenagem à saudosa Maria Esther Bueno, única brasileira a entrar para o Hall da Fama do Tênis e campeã de simples na grama de Wimbledon, em 1959, entre tantos outros títulos. No último dia 8 de junho, por complicações de um câncer, ela faleceu em São Paulo. 

Maria Esther nasceu em São Paulo em 11 de outubro de 1939 e começou a jogar no Clube de Regatas Tietê. Somente em torneios do Grand Slam, ela conquistou 19 títulos de Grand Slam, entre simples (7), duplas (11) e duplas mistas (1). Foi considerada a melhor do mundo em 1959, 1960, 1964 e 1966, numa época em que não existia o ranking.

Por esses motivos, em 1978 ela entrou no Hall da Fama do tênis, feito que apenas outra sul-americana (a argentina Gabriela Sabatini) alcançou. Guga também recebeu a honraria em 2012.

“Em 1960, eu ganhei o Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e o Aberto dos EUA com parcerias diferentes”, disse ela em entrevista à WTA (Associação de Tênis Feminino). “Foi algo grandioso.”

Foi a primeira a fechar o “calendar Grand Slam”, conquistar os quatro maiores torneios na mesma temporada, de duplas. O feito só foi repetido por Martina Navratilova (1984), Pam Shriver (1984) e Martina Hingis (1998).

Maria Esther Bueno não considerava esse o maior feito de sua carreira, mas sim o título de simples na grama de Wimbledon, em 1959. “Eu vinha do Brasil, onde havia apenas quadras de saibro, e a gente não tinha oportunidade de jogar na grama, então ganhar pela primeira vez foi uma grande surpresa”, afirmou ela, que tinha apenas 19 anos na ocasião do título.

Nos torneios de simples, a “bailarina”, como ficou conhecida, por causa de sua elegância no estilo de jogar, levou três taças em Wimbledon (1959, 1960 e 1964) e quatro no US Open (1959, 1963, 1964 e 1966).

Em duplas, foram cinco conquistas em Wimbledon (1958, 1960, 1963, 1965 e 1966), quatro no US Open (1960, 1962, 1966 e 1968), uma em Roland Garros (1960) – no mesmo lugar e no mesmo ano, ela levou também o título em duplas mistas – e uma no Aberto da Austrália (1960). As conquistas em vários tipos de piso mostram a versatilidade e o talento da tenista brasileira.

Ao todo, foram 589 títulos internacionais. Foi eleita a melhor tenista do século 20 da América Latina. Em 1959, após sua primeira conquista em Wimbledon, Maria Esther Bueno desembarcou no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, e seguiu direto de helicóptero, que servia à Presidência da República, até o Palácio das Laranjeiras, onde foi recebida pelo presidente Juscelino Kubitschek. Ela ganhou a medalha do Mérito Desportivo.

Seu nome está no Livro dos Recordes: a final do US Open de 1964, contra a americana Carole Caldwell Graebner, Maria Esther Bueno venceu em apenas 19 minutos

Esquecida por muitos brasileiros, Maria Esther chegou a se queixar que era mais condecorada no exterior do que no Brasil. Porém, voltou aos holofotes no fim dos anos 1990 quando Gustavo Kuerten brilhou em Roland Garros.

Maria Esther sempre foi reconhecida internacionalmente, não só pela quantidade de títulos que conquistou, mas pela graça de seu tênis, praticado com estilo e suavidade. Na “Tennis Encyclopedia”, o jornalista Bud Collins escreveu: “voleando lindamente, jogando com ousadia de tirar o fôlego, a ágil brasileira se tornou a primeira sul-americana a ser campeã de Wimbledon em simples

Outro texto famoso sobre a brasileira está no livro “In Wimbledon: The Hidden Dream”. Nele, Gwen Robyns relatou que “ela parecia um gato siamês exótico quando se movia pela quadra. Maria era sinuosa, sensual e feminina. Eles a chamavam de Rainha de Wimbledon”.

Fica aqui a homenagem da Federação Paranaense de Tênis a essa mulher de fibra, grande atleta e exemplo de carreira vitoriosa. Esteja em paz, Maria Esther!

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