No mês em que completam dois anos de parceria nas quadras de areia do Paraná e do Brasil, as irmãs Carla e Karen Oliveira estão fazendo bons jogos e mostrando muita qualidade na categoria Feminina A do Beach Tennis paranaense. As duas são líderes do ranking estadual com 5950 pontos, 1335 pontos à frente da vice-líder, Jaqueline Sadzinski.

As beach tenistas provenientes do saibro foram as que mais pontuaram no primeiro semestre e estão animadas a seguirem assim no restante da temporada. Em 8 torneios disputados no primeiro semestre deste ano, a dupla venceu 7. O último deles a etapa FPT 1000 do Vita BT Open, em Curitiba. Além dos bons resultados obtidos com a parceria, Carla é vice-líder da categoria Mista A com 3035 pontos, enquanto Karen ocupa a 5ª colocação com 1960. Na Mista, de sete torneios Carla venceu 3, enquanto Karen também jogou sete mas só venceu uma etapa, disputada no Círculo Militar do Paraná.

As tenistas da semana conversaram com a Federação Paranaense de Tênis. Veja como foi.

FPT: Como foi o início no Beach Tennis?

Karen: A convite da Faena, a Carla e a Andréa (nossa irmã mais velha) jogaram uma vez no Barigui e não tiveram mais contato com o esporte. Em julho de 2016, a Cíntia Milani nos convidou para jogar um torneio ITF em Caiobá. Nem sabíamos como seria, mesmo assim nos inscrevemos. Estávamos jogando Interclubes de Tênis em Maringá e as raquetes de beach chegando pelo correio. Na semana seguinte conhecemos o esporte literalmente estreando no torneio.

Carla: Como a nossa base vem do tênis, o que nos atraiu foi a similaridade de alguns fundamentos básicos, o fato de ser praticado na praia, com muita música e descontração por parte dos atletas e torcida e o desprendimento da técnica. É verdadeira a libertação do tenista, sempre acostumado com o tradicionalismo e a seriedade do tênis.

FPT: Como está a expectativa e objetivos para o restante da temporada?

Carla e Karen: Desde o início não temos objetivos traçados quanto aos torneios de beach. Gostamos de jogar e praticar uma atividade esportiva. Competir e ter convívio social representam uma combinação muito harmônica para os finais de semana. Precisamos esquecer o stress do dia-dia. Por isto, os resultados não são mais importantes que esta combinação.

FPT: Pensam em subir para a Pro? O que falta para isso acontecer?

Carla: Para isto acontecer algumas coisas teriam que mudar. Condicionamento físico e treinamento tático requerem disponibilidade de muito tempo, que é o que não temos em função das nossas profissões (Carla é personal trainer e Karen, arquiteta). Na Pro os jogos são mais longos (em disputa de melhor de três sets), e a duração dos pontos é maior (a bola não cai), consequentemente nestes jogos mais ‘puxados’ saímos em desvantagem pois os profissionais possuem toda estrutura e staff (fisio, psicólogo, coach, preparador físico etc.). Nossa referência de atleta Profissional é a Marcela Vita. Já na categoria A, o nosso condicionamento físico consegue acompanhar e podemos nos divertir nos jogos.

Karen: Acho realmente muito difícil subir para a Pro.

FPT: E a Copa das Federações de Beach Tennis, estão empolgadas? Como está a expectativa?

Carla e Karen: Para qualquer atleta seria uma honra representar o seu estado. A Copa das Federações é muito interessante, fortalece o crescimento do esporte no Paraná, proporciona jogar com adversários diferentes, além de propiciar uma nova experiência na competição por equipes e aumentar o nível de cada beach tenista. Muitos aceitaram esta proposta e estão demonstrando o verdadeiro princípio do esporte competitivo. Que o Paraná saia ainda mais vitorioso este ano.

FPT: De 8 torneios disputados nesta temporada vocês venceram 7. É um ótimo retrospecto...

Carla: Exatamente. Fomos vice no primeiro torneio da temporada, e depois disso só vitórias, abrindo com a sequência no Mormaii ITF de Garopaba. Felizes vitórias graças à sorte no entrosamento da dupla.

FPT: Vocês conhecem outras irmãs que jogam juntas? Acham que essa é uma “vantagem” que vocês têm sobre os adversários?

Karen: No beach, não conheço. No tênis, Venus e Serena e principalmente os Bryan’s. Jogam muito! Com certeza é vantagem, pois estamos habituadas a jogar juntas no tênis desde pequenas, entendemos o raciocínio uma da outra nas jogadas, facilitando principalmente o nosso posicionamento em quadra. Esta parceria e relação de confiança da dupla se renova a cada jogo, seja no saibro ou na areia.

FPT: Quando jogam com outras duplas, há diferença? O que?

Carla: Sim, muita diferença (risos). Com a Karen nem preciso pedir desculpas quando eu erro, pois ela sabe que eu ia tentar fazer aquilo (risos). Nos entendemos na nossa linguagem, já com os outros, a limitação é maior.

Karen: Há diferença, sim. Olho para o lado e não é minha irmã, já não estou em família (risos). Preciso me adequar e compatibilizar os dois estilos de jogo para que a dupla possa buscar os pontos e fazer o jogo fluir. Sair desta zona de conforto pode ser benéfica ao desenvolvimento do meu jogo, por isto jogo mista e aprendo muito.

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