Você já conhece Thiago Wild. A promessa de 18 anos que saiu de Marechal Cândido Rondon para conquistar um incrível US Open Juvenil no início de setembro. Apoiado pelo pai, Claudio, o garoto paranaense agora vive no Rio de Janeiro, treinando duro para efetivar sua transição para o profissional.

Conseguimos fazer algumas perguntas a Thiago, por meio de sua assessoria. Esse é o resultado da entrevista, na íntegra:

FPT: Em quem você se espelha nesse início promissor de carreira no tênis?

Thiago Wild: Rafael Nadal, por conta de sua paixão e determinação em quadra, que são inspiradoras para mim. Tento levar isso para minha carreira.

Como foi o início no esporte, que motivações você tinha e de que maneira foi preparado na academia do seu pai, em Marechal Cândido Rondon?

Meus pais não queriam que eu jogasse tênis, queriam que eu estudasse. Bem no começo, eles me diziam que eu só poderia ir a torneios se tirasse notas a partir de 8. Uma vez, o professor deu nota 7 para todo mundo, aceitei essa nota e ponderei com meu pai que era uma avaliação coletiva, mas acabei ficando sem jogar um Banana Bowl de 12 anos por conta disso. Eles me apoiam bastante, por toda a base que me deram. Estarem junto comigo foi muito importante em Marechal.

Qual foi o maior desafio que você enfrentou fora das quadras em busca do sonho de ser tenista?

Tive de abrir mão da vida de adolescente, ir às festas, essa parte de diversão.

Você sentia algum tipo de ansiedade para conquistar algum troféu juvenil antes da passagem para o profissional? Ou isso era apenas consequência de se preparar bem antes de subir de classe?

Eu queria ir bem em um Slam, gostaria de ganhar um Slam juvenil. Em Roland Garros,  estava jogando bem, mas tive problemas no ombro e não pude ir tão bem na semifinal. Já no US Open, era minha última chance e veio a conquista, então saí muito feliz. Mas jogar os Slams era mais uma forma de me preparar para o profissional, pois já venho fazendo a transição há alguns anos.

Que pontos você considera mais fortes no seu jogo, em relação ao nível médio de seus adversários?

Minha direita, meu saque e minha devolução são bons, sou bem agressivo.

E os negativos?

Minha impaciência, mas venho trabalhando com meditação, o que vem melhorando meu foco nos torneios. Tenho ficado bem mais concentrado para manter a linha e seguir firme nas partidas, em cada ponto.

Qual é seu primeiro objetivo como profissional a partir de 2019? O que você espera encontrar na categoria?

Vou esperar terminar 2018 e daí sim definir as metas para 2019. Tenho vários eventos Challengers, a partir de outubro, nos quais gostaria de jogar bem. A consequência será subir no ranking, mas em 2019 tenho desejo de pelo menos entrar no quali de um Slam profissional.

Como tem sido a vida no Rio de Janeiro em um período tão crucial da sua vida como agora? Que tipo de apoio você recebe do seu pai e da sua família nesse momento?

Tenho recebido um grande apoio da minha equipe no RJ, por meio dos meus técnicos Arthur Rabelo, Duda Matos, João Zwertsch e Alex Matoso, preparador físico. Todos da academia me acolheram muito bem e fizeram com que eu me sentisse em casa. Meu pai está sempre ao meu lado, é técnico, também foi jogador e sabe os caminhos, me dando total apoio desde sempre. Minha irmã é uma grande companheira, treina também na Tennis Route e sou bem grudado nela. Já minha mãe, apesar de estar longe, mantém contato e me apoia dando conselhos de longe. Tenho uma base familiar muito boa e também sinto isso aqui na academia.

Qual é a sua experiência internacional no circuito juvenil, antes do US Open? E que torneios você pretende participar como profissional a partir do próximo ano?

Minha experiência é muito boa nesse sentido. Espero ter visibilidade para conquistar patrocínios. Planejo também me fixar nos challengers de nível intermediário do tênis e seguir subindo.

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