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FPT 69 ANOS
25 de janeiro de 2019 13:08
Luiz Sperandio abre baú de memórias sobre sua gestão na FPT
Ex-presidente comandou a Federação entre 1991 e 2002, atravessando a virada do milênio

A FPT certamente tem muito o que agradecer aos seus ex-presidentes. Dando sequência à série de entrevistas com quem passou e deixou uma marca indelével na Federação, falamos com Luiz Sperandio, que presidiu a entidade entre 1991 e 2002.

 

Ele nos contou algumas das histórias de sua gestão e falou sobre as grandes mudanças que foram feitas na forma como a FPT conduziu o esporte em mais de uma década, entrando no século XXI. São esses recortes que nos ajudam a entender como foi difícil a caminhada para a modernidade.

 

Confira, na íntegra, o relato de Luiz Sperandio:

 

FPT: Quanto tempo você ficou na Presidência da Federação?

Primeiramente, me elegi como vice-presidente na chapa do Miguel Nasser, em 1989, mas com a renúncia deste por motivos particulares, assumi um mandato-tampão de dois anos. Antes de assumir, fui vice-presidente da Confederação Brasileira de Tênis por um ano e meio. Depois deste mandato tampão, fui reeleito por mais três mandatos completando quase 12 anos.

 

Como era a Federação dentro e fora do Estado, na sua gestão? Que diferença você nota em relação a hoje?

Quando assumimos junto ao Nasser, a Federação estava endividada, computadores e linha telefônica penhorada. Mudamos a sede para um espaço cedido pelo Consórcio Nasser e iniciamos o trabalho. A Federação, até então, não tinha cadastro dos tenistas.

 

Nosso primeiro desafio foi instituir o cadastro dos tenistas, que vigora até hoje, tanto é que meu número de inscrição ainda é 002. Outro grande desafio foi modernizar a Federação em relação à informática. Fomos a primeira Federação no Brasil a ter um site, e isso pode ser visto através do registro do domínio www.fpt.com.br é da Federação Paranaense. Curiosamente, no Brasil temos várias federações que poderiam usar a mesma sigla. São Paulo, Pernambuco, Pará, Paraíba, mas fomos os primeiros a registrar. Também fomos a primeira Federação a ter um ranking digital e publicado diretamente no site. Saímos do zero e chegamos a ter 6.800 atletas cadastrados, além de 56 clubes filiados. Hoje não sei dizer quais são os números atuais da FPT, mas para se ter uma ideia, na época, nos tornamos a segunda Federação com mais atletas e clubes cadastrados no Brasil, perdendo apenas para São Paulo que tinha 13.000 atletas e mais de 100 clubes naquele momento, mas superamos o Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul.

 

Criamos também o Jornal Bate Bola, que era impresso mensalmente e mandado aos atletas filiados. Isso certamente deu uma grande visibilidade à Federação, além do site, obviamente. Também demos início à Galeria dos Campeões, para homenagear os atletas que ficaram no topo do ranking ao final do ano, além dos campeonatos regionais. Mobilizamos, em apenas um final de semana, mais de 1200 atletas participando em cinco regiões do Estado.

 

Conseguimos trazer para o Paraná um torneio ITF de Seniors e veteranos, que foi realizado primeiramente no Clube Curitibano e posteriormente no Graciosa. Esse torneio em questão chegou a ser qualificado como o melhor torneio da modalidade na América do Sul, já que grandes nomes do tênis, de vários países, vieram jogar em Curitiba. O nome ficou conhecido como VIP de Curitiba.

 

Fomos influenciadores diretos na criação do torneio Interfederações que era disputado junto com o Brasileiro, e tenho a honra de dizer que no meu último ano de gestão, o Paraná foi Campeão Brasileiro em Brasília, o que foi uma tarefa difícil, pois existiam vários estados muito fortes na disputa, principalmente São Paulo.

 

O legado

Cito os dois maiores legados da minha época, e o primeiro deles é, sem dúvida, a aquisição da sede própria da Federação, na qual tive um colaborador incansável, meu vice-presidente, Oilson Negrelle. Deixamos para a FPT um conjunto de salas na Rua Cândido de Abreu, totalmente quitado, e que se não me falha a memória, hoje está alugado e a Federação recebe os valores.

 

O segundo maior legado foi a realização do Interclubes de Classes, considerado hoje o maior torneio de classes do país. Isso só foi possível porque trabalhamos em conjunto com minha amiga e incansável batalhadora do tênis de Maringá, Loedelane Campos Jorge, da Academia Tênis de Maringá.

 

De todos estes anos que estive na Federação, conheci muitas pessoas, procurei sempre fazer a federação se integrar com todas as cidades do Estado, viajei muito por este Paraná afora levando sempre a mensagem e o apoio da Federação as iniciativas do tênis. Não poderia deixar de agradecer aos vários Diretores Técnicos que estiveram comigo neste período. Para citar alguns nomes, lembro de Gilmar Cichon, Eduardo Marcolin, Didier Rayon e Fernandinho Ramos.

 

Senta que lá vem história…

Tenho uma história interessante para contar. Um belo dia me liga o Juliano Tawarick, empresário e promotor de tênis. Ele me falou que tinha interesse de trazer para Curitiba a Embratel Cup, torneio $250 mil à época, mas que somente poderia ser jogado se tivéssemos pelo menos duas quadras principais com as medidas de 20x40m. Naquele momento, não tínhamos e acho que continuamos a não seguir este padrão, salvo estas duas que vou contar.

 

Saí à procura do local e depois de falar com diversas pessoas, cheguei no Graciosa Country Club, que tinha como diretor técnico o Abdon Uadi e o presidente era o Edgard Cavalcanti Albuquerque. Contei a eles que tinha interesse de trazer o campeonato para a cidade, por conta da importância que ele representava, mas tínhamos a questão do tamanho da quadra. Naturalmente, eles me pediram um tempo e me chamaram logo depois, dizendo que se assumíssemos o custo, eles teriam de invadir o espaço do golfe para poder viabilizar as quadras.

 

Liguei para o Juliano, que topou. Com isso, até hoje as duas quadras principais do Graciosa tem as medidas necessárias para um Challenger. No entanto, a história não para aí. O grande nome do torneio era o Fininho, Fernando Meligeni, mas quem veio jogar o torneio foi um tal de Gustavo Kuerten, que como azarão, chegou à final contra um romeno. Graças ao helicóptero contratado pelo Edgar Cavalcanti para filmar o evento, ele virou o jogo e ganhou o torneio. Passada uma semana, ele brilhou e foi campeão em Roland Garros. Considero esta uma grande história.

 

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