Na história recente do quadro Tenista da Semana, tivemos várias famílias contando como se relacionam com o tênis e de que maneira levam o esporte para fora das quadras. Mas dificilmente vamos ver casos de rivalidade e de treinos conjuntos tão próximos como as irmãs Laura e Sarah Kalempa. 

A dupla de Maringá fez a final da 1FA na terceira etapa do Circuito 3XBit, realizada no último fim de semana no Maringá Clube. Foi uma ocasião especial para as duas, e resolvemos ouvir essa história no detalhe. Lembrando bastante o fenômeno de Serena e Venus Williams, as irmãs Kalempa fazem toda a rotina de treinamento juntas, atuam em torneios de duplas e, eventualmente, acabam se enfrentando em decisões. Como será que é duelar com um adversário tão íntimo?

Conversamos com elas a respeito disso e outros tópicos referentes ao tênis. Confira no bate-papo a seguir:

FPT: Vocês duas fizeram uma final empolgante na 1FA do Circuito 3XBit, em Maringá. Já tiveram alguma outra situação de decisão em família? Como foi entrar em quadra para enfrentar a sua irmã?

Laura: Foi uma final bem empolgante! É sempre muito bom poder entrar em quadra contra a Sarah nesses eventos, a gente sabe que uma vai acabar ganhando, mas gera aquela competitividade entre irmãs, nós tentamos sempre dar nosso melhor. Sabíamos que seria uma final como qualquer outra adversária, e duas horas antes do jogo chegamos até a não nos falarmos! Tudo isso para aumentar a competitividade pela importância da final. A gente teve a chance de jogar juntas esse ano, no Interclubes. Foi muito bom jogar dupla com ela, emocionante. Fomos vice-campeãs, e isso deixa a gente muito feliz por ser um título que conquistamos juntas.

Laura, você lidera o ranking da 1FA com boas participações em Grand Slams e finais em FPT 1000. De que maneira você enxerga essa fase e o que fez de diferente na preparação para estar em alto nível?

Estar liderando essa categoria e a dos 18 anos feminino. É muito importante para mim, mostra os frutos do meu treino. Atualmente, treino cerca de cinco horas por dia, contando com treinos de quadra e físico e é bom ver esses resultados aparecerem depois de dar duro.

Quando vocês iniciaram no tênis e de que maneira foram incentivadas a praticar a modalidade?

Sarah: Quando começamos a jogar, há cinco anos, era bem descontraído, uma hora por semana no clube. Depois, entramos sério no tênis, um ano depois. A média de treino era de quatro horas por dia. Não tínhamos treinador todo o tempo, apenas duas horas por semana. Evoluímos de verdade quando começamos a entrar em quadra e treinar uma com a outra sempre puxando a outra a evoluir, tudo para não ficar para trás.

Laura: Fomos incentivadas pelo nosso pai, que sempre disse que era esse o sonho da minha mãe, que faleceu há 4 anos. É um esporte que ela gostava bastante e isso nos motivou demais a continuar, sempre dando o melhor de nós para alcançar bons resultados.

Que plano vocês duas têm para o tênis no futuro? Qual é o tamanho do esporte na vida de vocês?

Laura: Consideramos o tênis um diferencial muito grande na nossa vida. É um esporte sempre presente, fez nossa família ficar bem unida além de dar novas amizades por vários lugares no Brasil. Quando treino com a Sarah, somos parceiras. Parceiras e adversárias. Estamos lutando para evoluir diariamente. E ainda passamos muito tempo juntas, assim a gente acaba ganhando em dobro! Todo tenista tem como objetivo ser profissional. Mas como as condições do nosso país não estão muito boas, precisamos lidar com a realidade de que é bem difícil virar profissional. Por isso tentamos dar o melhor para evoluir e mais. Lá na frente vamos ver no que vai dar...

Como recomendariam os torneios FPT a outros tenistas e que tipo de experiência vocês viveram nessas competições?

Sarah: São uma ótima chance de experimentar novas emoções, como a adrenalina e o nervosismo. Não é em qualquer treino que você tem esse tipo de emoção à flor da pele. É muito interessante entrar em um torneio, jogar, saber o que é vencer e perder, aprender com isso. O legal também é ter a torcida contra fazendo pressão ou a favor, incentivando a gente, levamos isso pra vida! Até agora, enfrentamos vários cenários. É curioso entrar em quadra com muita gente vendo, você pensa: “nossa, não posso errar agora!”. 

No nosso próprio jogo aconteceu isso. É uma emoção em que você sempre procura ser a número um tentando superar todos até mesmo a sua irmã. Essa experiência de estar junto com a irmã é sempre um ponto favorável, um detalhe a mais que leva a gente adiante!

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