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TENISTA DA SEMANA
25 de outubro de 2019 12:27
FPT Apresenta: João Heraldo Tramontin, Tenista da Semana
Aos 73 anos, atleta segue em boa forma e disputando torneios dentro e fora do país

O esporte, enquanto sinônimo de saúde, é um elemento importantíssimo para preservar a saúde depois de determinada idade. Estar sempre em movimento nos permite ter uma vida mais longa e saudável. Por essas e outras, o tênis dificilmente sai da vida de alguém, mesmo na terceira idade.

 

Nesta semana, o nosso quadro conta a história de João Heraldo Tramontin, da Super Master. Aos 73 anos, ele segue disputando torneios, dentro e fora do Paraná. Nesta semana, foi campeão do ITF Seniors de duplas, disputado no Clube Pinheiros, em São Paulo, ao lado de Boris Pomerantzeff. 

 

Veja o bate-papo que tivemos com ele e conheça um pouco mais dessa grande personalidade do tênis paranaense.

 

Como surgiu o interesse pelo tênis e quando foi que você começou a praticar?

35 anos atrás, minha esposa foi fazer um mestrado em Bauru. Como era julho, eu, que sou professor, estava em férias, fui fazer companhia para ela. Chegando lá, alguns jovens me convidaram para jogar futebol. Tudo bem. Entrei lá, joguei, mas assim que acabou, me convidaram para jogar tênis. Eu nunca tinha jogado! Me emprestaram uma raquete e eu fui lá tentar. Virei sócio do Ponta Lagoa e comecei a praticar lá. Mas comecei a jogar na FPT, oficialmente, e me saí bem. O primeiro torneio que participei no Lagoa, ganhei! Depois, em Curitiba, fiz a semifinal contra o Antônio Prieto e ganhei de 6/2 6/2, e depois enfrentei o famoso Celso Percegona. Quando cheguei a primeira vez no Clube Curitibano, vi uma chave de quase 60 atletas jogando, e perguntei por que o Percegona estava duas fases adiantado. Me disseram que era para dar chance a outros tenistas. Na final, perdi para ele e fui embora de bicicleta para casa (6/0 6/0). Guardo até hoje o troféu de vice-campeão paranaense daquela ocasião.

 

Jogando a categoria Super Master, como você se prepara para os torneios e com que frequência treina?

Na categoria Super Master, sempre estive entre os cinco melhores do Brasil. Já joguei Mundiais na África do Sul, na Áustria, peguei boas classificações por equipe, no ranking mundial, quinze anos atrás. Já joguei na Austrália, Estados Unidos, em todos os países da América do Sul. Em 2018, fiz a final com Jaime Velázquez, em Salinas, no Equador. E depois em Brasília, também contra o Velázquez. Ele é condecorado pela ITF, foi campeão em simples, duplas, mistas! Um cara que já ganhou do Jimmy Connors! Hoje eu viajo o mundo jogando, quando tenho oportunidade, estou sempre em Lima, no Peru. No dia 11, viajo para Santiago, no Chile, jogar um ITF. Sou o segundo do Brasil hoje, com muita honra, e era o número 1 do ranking até julho, quando fui campeão brasileiro, em Fortaleza. Nesta semana, no Pinheiros, perdi a semifinal de simples e meia-hora depois, ganhei a final de duplas. Sou casado há 50 anos, minha família absorve grande parte do meu tempo. Sou sócio do Ponta Lagoa e treino, com amigos, sábados e domingos.

 

Mais alguém da sua família joga tênis? 

Tenho dois casais de filhos. As meninas foram para o balé, são mães. Os meus filhos homens são engenheiros. O que mais pratica tênis, o mais velho, joga torneios internos, já tem mais de 40 anos e não tem muito tempo de sobra para dedicar ao esporte.

 

Qual foi a principal diferença que você notou na sua vida depois que começou a jogar tênis?

O tênis desenvolve a parte física, mental e dá um progresso cultural muito grande. A gente sempre conhece e cultiva novos amigos. Conhecemos principais cidades do nosso país e do resto do continente. Até o mundo, como um todo, parece menor. Como por exemplo, Maiorca, na Espanha. No ano que vem, vamos jogar um torneio por equipes lá. Estou me preparando, pois ainda não conheço a cidade e também vou disputar o evento de simples. Então é isso, o tênis sempre me deu glória. 

 

O que o tênis representa para você nessa idade?

Nessa idade, o tênis representa saúde para mim. Quem ganha nisso tudo é meu coração, que está sendo exercitado diariamente. Eu tenho de fazer reforços mentais e físicos, já passei por duas cirurgias no braço. Sem isso, eu não conseguiria jogar e me manter em boa posição no ranking. 

 

Como faz pra se manter ativo e bem fisicamente na terceira idade?

O tênis me mantém ativo, me mantém saudável, diminui outros problemas que eu poderia ter. Tenho 73 anos e não tomo nenhum remédio. Boa parte disso é o exercício que faço na preparação. Veja só: estou bem fisicamente porque existem campeonatos, e são eles que me motivam a levantar cedo todo dia. Oito, oito e meia da manhã, estou no clube batendo bola com meus amigos. Estou por aí fazendo novas amizades dentro e fora do Brasil. O principal fator é o alongamento! Ele que dá condições para o atleta. Eu não sou sedentário, eu subo escada, dirijo, tenho bons reflexos, me movimento sempre. E o tênis é que me faz estar sempre dessa maneira, em constante atividade.

 

Como recomendaria os eventos da FPT a outros atletas, mais novos ou da sua idade? O que eles agregam à experiência de um tenista?

Do fundo do meu coração, posso dizer o seguinte, sendo sincero. Se você abre as portas para os avós, com certeza os netos irão ao clube. Se você abre as portas para os pais, com certeza os filhos irão fazer a mesma atividade esportiva. Se você prestigia a terceira idade, a primeira idade estará praticando esse esporte, é isso que os clubes e a Federação precisam ter em mente. Tanto é que jogo a Super Master pela FPT, e só não participo mais por estar em competições internacionais do calendário da ITF. Joguei muitos campeonatos paranaenses. Hoje, se eu enfrentar alguém de 60 anos, vai fazer diferença. Ano passado, que fizeram o Grand Slam em Maringá, fui campeão. Quando não coincide em datas, estou sempre jogando eventos paranaenses. Em 2020, aliás, será meu último ano na categoria 70+. Depois disso, em 2021, pela 75+, chegarei quente. Já fui o 15º do mundo, mas nunca fui Top Ten. Quero tentar chegar nesse ponto.

 

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