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Teliana
27 de março de 2020 14:41
Cristiano Andujar/CBT
Teliana Pereira e a força que dá esperança
Tenista conta como superou adversidades para escrever seu nome na história

Matéria original do globoesporte.com: https://cutt.ly/btWw92L

Eu sou uma pessoa melhor por todas as adversidades que passei e por causa do tênis. Saí do Sertão Nordestino quando tinha 6 para 7 anos. Nasci em Águas Belas, em Pernambuco, quase na fronteira com Alagoas. A terra era seca e quase não chovia. Quase nunca mesmo. Quando chovia era “o” momento. Eu amava tomar banho de chuva. Eu e meus irmãos saíamos correndo, era pura alegria.

Tenho poucas memórias, mas só lembro de coisa boa. Quando penso sobre a minha infância, a primeira coisa que vem à minha mente é o sentimento de alegria. Eu era muito feliz. Era fantástico. Apesar de todas as dificuldades de se viver lá, a criança não tem essa consciência. Lembro como se fosse ontem.

Nossa casa era pequena e simples. Dormia todo mundo junto porque éramos sete, meus pais e cinco filhos, para dois quartos. O banheiro ficava no quintal de nosso casebre branco, rodeado de mato seco. A gente sempre comia a mesma coisa, arroz e feijão. Todo dia, menos no sábado. Era um dia especial na semana porque passava uma vendedora em nossa rua, de bicicleta, vendendo pão francês e chinelinho, um pão doce. Era uma alegria que só.

Junto com alegria, logo vem à minha mente a responsabilidade. Eu não estudava. Aos 6 anos, eu já trabalhava e sentia que ajudava em casa. Lembro de ir para a roça ajudar meu irmão Renato a trabalhar, junto com a minha mãe. Eu também cuidava da minha irmã mais nova, de 2 anos. Uma neném. Tinha que trocar fralda, dar comida, cuidar e depois ia para roça plantar feijão.

Depois de me mudar para Curitiba, em 1995, voltei para lá duas vezes e o sentimento foi diferente. Foi bom voltar. Eu não lembrava de muita coisa. Mal lembrava do rosto da minha vó. E a verdade foi dura. Você vê uma realidade muito pobre, são muitas dificuldades, então isso me deixou triste na primeira vez que voltei. Mas o que impressiona não é isso. A impressão que fala mais alto é que eles são muito felizes, mesmo com tão pouco e tantas dificuldade. Tudo é motivo para festa e eles estão sempre com sorriso no rosto. Então, é esse contraste.

A experiência foi totalmente diferente na segunda vez, anos depois. Fui com meu pai e minha mãe. Era uma vontade que eu tinha, voltar com eles para as origens, onde tudo começou. Tive outra visão e só consegui ver o lado bom. Eles são felizes mesmo nas condições bem difíceis. Só conseguem ver o lado bom da vida.

Hoje em dia a gente se apega muito as coisas ruins e esquece de valorizar os detalhes, os pequenos detalhes. É poder acordar, respirar e ter um teto, ter condição de correr atrás dos seus sonhos. Isso me tocou, eles fazem isso todo dia. Lógico que seria melhor se eles tivessem condições melhores. Só que apesar de tudo isso, eles são pessoas gratas e felizes.

Confira a matéria na integra: https://cutt.ly/btWw92L

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