Quem entra na sede de tênis do Clube Curitibano localizada na rua Lamenha Lins em Curitiba não demora a notar a placa em homenagem ao título de Antônio Carlos Prieto Junior. Em 2020, completam 20 anos dessa conquista em Santigo, mas em 2013 o clube, na inauguração do complexo prestou a merecida homenagem ao tenista, prata da casa, pelo que ele fez no tênis profissional.
O especial sobre o título divido em 3 partes, chega a sua parte final, que irá abordar o título em si. A primeira parte conta um pouco do histórico de Prieto no tênis (confira), na parte 2 o próprio Prieto fez um relato de como foi seu início no profissional e da relação com o Guga, seu parceiro no título (confira). E o especial chega ao fim contando um pouco daquela semana mágica no Chile.
“Essa semana, lembro que foi uma semana bem marcante, que além de ter sido o auge da minha carreira, o meu pai estava lá nessa semana. Então, poder ter dado para ele esse presente, foi uma coisa muito gratificante”
O início do ATP de Santiago foi em 28 de fevereiro de 2000, na chave de simples Gustavo Kuerten era o cabeça de chave 1, Marcelo Rios o cabeça 2 e Fernando Meligeni o 3. Nas duplas, Jaime Oncins disputou o torneio ao lado de Daniel Orsanic. O atual capitão da Davis foi eliminado nas quartas de final pela dupla sul-africana de Lan Bale e Piet Norval, cabeças número 1 do torneio e que chegariam até a final.
A dupla formada por Guga e Prieto entrou como wild-card no evento, eliminaram nas oitavas os chilenos Hermes Gamonal e Adrian Garcia por 7/5 3/6 6/3, na sequencia eliminando uma dupla argentina Martin Garcia e Mariano Puerta por 6/4 6/2 para chegar na semi-final.
A partir daí a dupla brasileira teve que eliminar nada mais, nada menos, que os 2 principais cabeças de chave do torneio. Na semi, os espanhóis Tomas Carbonell e Javier Sanchez, que entraram no torneio como os 2º melhores ranqueados. Em um jogo dificílimo, com os dois sets decidido no tie-break 7/6(4) 7/6(5). A cereja do bolo veio na final, com a vitória por 6/4 6/2 sobre os sul-africanos Bale/Norval.
A parceria com Guga nas duplas talvez pudesse ter ido mais longe, porém o foco do jogador nas simples deixa no imaginário o que poderia ter acontecido caso a parceria seguisse: “Devido ao título e ao prestigio de Guga no circuito da ATP conseguimos o convite para jogar o Aberto de Miami, que hoje é o Masters 1000, na primeira rodada vencemos Àlex Corretja e Joan Balcells, que era dupla da Copa Davis da Espanha. Em seguida vencemos a dupla cabeça de chave francesa Fabrice Santoro e Olivier Delaître,estávamos muito confiantes, tudo estava dando certo”.
Na rodada seguinte Martin Damm e Dominik Hrbaty colocariam um fim na sequência de vitórias de Prieto e Guga nas duplas, porém os bons resultados deixariam Prieto no top 100 do mundo e a dupla entre as 20 melhores na corrida dos campeões: “Depois desse torneio quebrei aquela barreira dos top 100, que é aonde acho que a maioria dos tenistas sonham em um dia poder chegar, estar entre os 100 do mundo”.
A posição de 95 do mundo permitiu a Prieto disputar os principais torneios do mundo e integrar equipe de treinamento da Davis. Suas conquistas o colocam como um dos principais tenistas da história do Paraná e do Brasil, um dos poucos tenistas brasileiros a terem disputado a chave principal como profissional em todos os Grand Slams.
“Acho que os anos ensinam a gente que não tem atalho. O talento por si só não leva a lugar nenhum. A pessoa pode ser habilidosa, pode ter um diferencial, mas se ela não tiver disciplina, se ela não tiver dedicação, se ela não saber priorizar o que é importante, sacrificar o que precisar ser sacrificado para conseguir atingir aquele objetivo, talento não basta. O essencial é a persistência, de você não desistir no primeiro obstáculo, na primeira dificuldade. Ela faz com que as pessoas consigam atingir o seu máximo. Não são todos que vão chegar a ser número 1, a ser número 50, a ser número 100, mas muitos desistem no caminho, antes de ter se dado a oportunidade de tentar chegar no seu melhor. ”
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