Tênis em Cadeira de Rodas é tênis, só que praticado na posição sentada. Amigos, para mim é um prazer muito grande falar um pouco dessa categoria que sou extremamente apaixonado e grato pelos aprendizados ao longo desses 10 anos que estou em contato.

Começo pela particularidade do TCR, pois é possível passar pela fase de inclusão social e superação de apresentar uma modalidade esportiva para uma pessoa que já nasceu com uma limitação de mobilidade ou quem adquiriu essa limitação por vários motivos seja por acidentes ou doenças. Ou também ir ao alto rendimento e disputar os maiores eventos esportivos que temos como Mundiais, Parapan-Americano, Paralimpíadas e grandes torneios como os Grand Slams. Nesses casos, deixamos para trás a inclusão, pois estamos falando de atletas de alto rendimento.

O que peço a vocês professores que não se intimidem quando se depararem com alguém que vá precisar de uma cadeira de rodas para experimentar o Tênis pela primeira vez. Por mais que você desconheça a modalidade no que se refere às limitações em função das lesões, ninguém melhor que do que a própria pessoa com deficiência para te explicar os cuidados que ele deve ter para fazer essa prática inicial com segurança.

Temos que aumentar o número de praticantes na modalidade, hoje o Brasil é referência pelo grande número de praticantes e pela qualidade de nossos jogadores que se despontam pelos torneios ao redor do mundo. Atualmente, temos até uma Copa das Federações em Tênis em Cadeira de Rodas, que na sua segunda edição, em abril de 2019 contou com a participação de atletas de 20 estados.

Isso é fruto de um brilhante trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Departamento de TCR da CBT que teve Wanderson Cavalcante como coordenador por 10 anos, com todo apoio do vice-presidente Jesus Tarjara. Amigos, a participação de vocês, professores de tênis, é muito importante nesse processo. Se cada um de vocês puder colocar uma pessoa com deficiência para experimentar esse esporte, em pouco tempo teremos um número maior de praticantes.

Caso você tenha uma pessoa para experimentar e não tenha a cadeira adaptada, faça contato com a FPT que ela poderá te auxiliar junto à CBT para conseguir uma cadeira de rodas esportiva, e assim vocês possam fazer a iniciação. A seguir, vou passar alguns conceitos básicos da nossa modalidade, bem como as regras, para o conhecimento de todos:

Quem pode jogar?

- Qualquer pessoa que tenha alguma deficiência física permanente, com total ou parcial perda funcional de uma ou mais membros do corpo;

- Se a pessoa for incapaz de participar de competições de tênis para pessoas sem deficiência física (deslocar-se na quadra com velocidade adequada).

Classificação

O Tênis em Cadeira de Rodas não tem um sistema complexo de classificação de deficiências:

- A única classificação quanto à deficiência é a divisão de tetraplégicos (Quad), que são os jogadores com função limitada em três ou mais membros do corpo.

O Tênis em Cadeira de Rodas está dividido nas seguintes categorias:

- OPEN: nessa categoria jogam todas as eficiências juntas, amputados, paraplégicos e pessoas com má formação congênita, seja no masculino ou no feminino;

- QUAD e JUNIORES são mistas, portanto, homens e mulheres jogam na mesma categoria.

Noções de Aprendizado

Iniciei minha história no Tênis em Cadeira de Rodas no ano de 2008, com Rafael Medeiros, sem nunca ter tido nenhum contato com a modalidade. De cara, colocamos Rafael para treinar com a nossa equipe de competição juvenil da academia. Felizmente, ele foi muito bem aceito por todos os atletas.

As técnicas de ensino e treino são as mesmas que as existentes para pessoas sem deficiência física. A empunhadura para o aluno de tênis em cadeira de rodas é a mesma usada no ensino do tênis convencional. Quadras reduzidas, bolas mais lentas e raquetes menores vão ajudar no início do aprendizado, o processo pedagógico é o mesmo. O aluno de tênis em cadeira de rodas vai estar sempre numa posição mais baixa. É o tipo de lesão do aluno que influencia na determinação do seu equilíbrio e estabilidade.

O aluno tem menos tempo para fazer a batida, devido à sua mobilidade estar relacionada com as mãos e braços. É necessário conhecer o aluno e seu tipo de deficiência para poder adequar a técnica e tática de jogo à suas capacidades funcionais. Convém perguntar ao aluno e a família quando tiver dúvidas sobre sua deficiência. É o aluno quem conhece melhor sua deficiência e poderá ajudá-lo em alguns momentos. Desde a iniciação deve desenvolver no aluno a capacidade de deslocar-se com a raquete em mãos. Focalize a sua atenção no que o aluno pode fazer e não no que não pode.

Regras

- Ao jogador de tênis em cadeira de rodas é permitido que a bola toque no chão até duas vezes;

- Não é permitido retirar totalmente o seu corpo do assento e tocar os pés no chão, seja para frear ou mudar de direção;

- A cadeira de rodas faz parte do corpo do jogador. Todas as regras da ITF referentes ao corpo do jogador também se aplicam à cadeira de rodas;

- Quando um jogador de Tênis em Cadeira de Rodas estiver jogando com ou contra um jogador de tênis em simples ou duplas, as regras do tênis em cadeira de rodas se aplicam para o jogador na cadeira e as regras do tênis se aplicam para o jogador em pé.

É certamente muito gratificante ver a evolução de seu aluno ao acertar os golpes. Agora imagine o sorriso e a felicidade de alguém que achava que nunca mais iria praticar um esporte e acertando os mesmos golpes.

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A Federação Paranaense de Tênis conta com o patrocínio da Decathlon, Artengo e Sandever e o apoio da Murano e do Governo do Estado do Paraná.  

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