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Feminino
20 de abril de 2020 15:44
Crédito: Cristiano Andujar
Uma análise sobre o tênis feminino
Por Dadá Vieira

Desde já agradeço pela confiança, é sempre muito bom falar de tênis. Vale lembrar que minha carreira foi toda construída entre os anos 80/90 como kids, juvenil e profissional. Tentando fazer uma comparação entre o tênis feminino de quando eu jogava e agora, havia bastante torneios infantis e sei que isso ajuda muito a motivar as crianças, nunca achei um problema o fato das crianças competirem, acredito que faz parte do aprendizado: o esporte ensina demais a lidar com as emoções, alegrias, decepções e acima de tudo, entender que no próximo dia sempre teremos outra chance. Aprendemos a superar, o que eu acho fundamental desde criança. Já faz um tempo que venho pensando na base do tênis, era preciso movimentar as crianças para que possamos ter jogadoras no futuro.

Tenho visto uma grande movimentação em relação aos kids, federações e a própria CBT incentivando, sem dúvida é muito bom para a evolução do tênis Brasileiro. Acredito que a base no tênis é muito importante, falo bastante do tênis competitivo porque sei que se essa paixão pelo tênis começando desde cedo faz uma enorme diferença lá na frente. Sei que o tênis é uma carreira difícil, a transição entre o kids para o juvenil é mais natural, o eterno Brasileirão continua (eu adorava!), sempre foi um sucesso.

Hoje temos também a Copa Guga que através do ídolo Gustavo Kuerten é possível também reunir uma grande quantidade de crianças, liderado por ele que é um exemplo máximo para o tênis Brasileiro. Quanto aos campeonatos Sul Americanos e Mundiais juvenis, tínhamos menos opções e agora esses jogadores juvenis se preparam cada vez mais cedo para o tênis profissional.

No feminino, vejo um número muito menor de praticantes e isso sem dúvida preocupa, os tempos são outros as opções são muito maiores do que quando eu jogava, mas com um bom trabalho, podemos sim ter sucesso, temos talentos e precisamos encaminhar da melhor maneira possível. A maior dificuldade vem na transição entre o juvenil e profissional. No caso das meninas, é mais complicado viajar sozinha muitas vezes, ficando tanto tempo fora de casa, sendo testada semana a semana, não são muitas que aguentam. Eu tentava sempre me juntar com outras jogadoras e viajar juntas, dividíamos o mesmo técnico na maior parte das vezes, era a melhor opção. Haviam pelo menos 4 jogadoras Brasileiras no circuito da WTA entre as 100 do mundo, e isso sem dúvida nos dava uma motivação extra e o pensamento de que também podíamos chegar lá.

Essa referência é mais difícil hoje. Alguns torneios profissionais continuam acontecendo por aqui, assim como naquela época, não mudou muita coisa. Verdade que o tênis ficou muito mais conhecido após o fenômeno Guga, muita gente passou a conhecer o esporte e com isso teve um pouco mais de investimento. A CBT teve condições de ajudar mais e tem feito um bom trabalho viabilizando treinos e viagens que antes não existiam. Ao mesmo tempo que o investimento melhorou um pouco, o nível e quantidade de jogadoras no circuito profissional internacional cresceu também.

Independente se falamos dos anos 90 ou de agora, no tênis profissional é preciso muita disciplina, foco, superação, vontade de vencer. Se eu puder dar algum conselho para todas as meninas, é que queiram jogar tênis seria o seguinte: Não foi fácil, mas esse esporte me deu as maiores emoções (boas e ruins), e sem dúvidas, eu faria tudo de novo. Viva o tênis!

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