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01 de junho de 2020 14:24
Especial Marcelo Tebet Filho: Parte 2
Tenista conta sobre sua lesão, sua carreira e sobre tênis universitário

Na semana passada Marcelo Tebet Filho fez história no tênis universitário ao receber dois prêmios da Associação de Tênis Universitário. Contamos um pouco de sua história na parte 1 do nosso especial sobre o jogador (confira aqui). Hoje trazemos a entrevista que fizemos com ele:

FPT: Conte um pouco de sua história no tênis:

Marcelo Tebet Filho: Nasci em Londrina e jogo tênis desde muito cedo por causa do meu pai. Ele junto do José Guilherme Danelon tem a escola Tebet/Danelon no Londrina Country Club. Comecei a jogar com 4 anos e treino desde então, cheguei a um nível de tênis muito legal. Joguei em vários países, fui campeão paranaense e brasileiro várias vezes, ganhei torneios no exterior, fui convidado a treinar com o time da Copa Davis em 2012, quando tinha só 16 anos. Joguei a Copa Davis Junior em Barcelona, fiquei entre os 100 melhores juvenil na ITF e tive ponto na ATP. Devo tudo ao meu pai e aos treinadores que tive.

Seu objetivo era ser profissional?

Sim. Nunca pensei em vir para os Estados Unidos, fazer uma faculdade, isso nunca passou pela minha cabeça. Pelo menos não até 2017, até o retorno das quadras após minha lesão não ser como eu esperava. Tive grandes resultados no juvenil, acredito que com meus resultados era um juvenil bastante experiente e humildemente acredito que tinha um nível muito bom. Joguei um pouco o profissional, mas a lesão atrapalhou minha carreira.

Fale um pouco sobre a lesão.

A lesão que eu sofri foi bem forte, foi no final de 2013, nos dois joelhos. Tive que fazer 2 cirurgias em cada, no total foram 4 cirurgias. Tive que colocar pinos nos tendões, foi bem complicado. Fiquei 2 anos e meios sem jogar.

E como foi a decisão de ir para o tênis universitário?

Foi na metade de 2017, estava jogando uns futures tentando voltar ao circuito profissional, estava jogando na Tunísia e durante a 4ª semana recebi uma mensagem de um técnico de uma faculdade dos Estados Unidos, perguntando se eu queria fazer parte do time. Na época tinha 21 anos, mas por já ter uma carreira no profissional e pontos na ATP, pensei que as regras da NCAA não permitiam jogar. Pensei que não poderia ir por ter jogado profissional. Porém esse técnico me explicou que em virtude da minha lesão teria uma chance de ir para os Estados Unidos. Na hora mandei mensagem para o Gustavo Zanetti, amigo meu, que era gerente da empresa “Daqui pra Fora” na época. Eles faziam essa parte de enviar jogadores para lá. Falei para ele que não estava gostando do meu jogo, achava que não tinha físico suficiente para voltar ao profissional. Já estava pensando no que fazer, já que fisicamente não estava conseguindo acompanhar o ritmo. Conversei com ele, em 3 dias acertamos tudo. Falei também com o pessoal do Instituo Tênis, treinei lá por 6 anos. Eles me apoiaram bastante nessa decisão e começamos o processo para ir para os EUA, era junho ou julho de 2017.

O que diria para quem tem essa vontade?

Vá! Existe uma grande chance de continuar sendo um grande tenista, se você quiser jogar no profissional depois de terminar o universitário você tem a possibilidade. As universidades (nos Estados Unidos) tem estruturas fantásticas, é difícil achar algum lugar no Brasil com tanta estrutura. Além disso, existem profissionais capacitados, oportunidades de crescimentos no tênis ou fora dele, você pode desenvolver a parte profissional e acadêmica também. Viver a vida no universitário oferece responsabilidades que no Brasil você não teria, isso te dá muita maturidade. Também abre a porta para tentar voos maiores. Agora se você quiser virar profissional também dá, é só manter o foco nos treinos, mostrar para o seu coach que depois que terminar o universitário você quer voltar a jogar profissionalmente. Daí é acordar às 6 da manhã, com sangue nos olhos e fazer acontecer.

Como é o nível do tênis universitário?

Eu particularmente quando cheguei não achava que o nível de tênis seria tão alto, nas primeiras duas semanas levei um susto. Do número 1 ao número 5 do time, todos tinham pontos na ATP. Isso mostra a qualidade do circuito universitário, do meu time e comprova que se você quiser jogar o profissional depois só depende de você.

O que têm a dizer sobre os prêmios recebidos?

Fiquei muito, muito feliz com esses prêmios. Pouquíssimas pessoas ganharam eles, de brasileiro acredito que tem apenas mais um jogador que chegou a ganhar também. Sou o único brasileiro a ter conseguido tal feito na divisão 1 do universitário. Foi a primeira vez que alguém da universidade conquistou ambos os prêmios, acho que os prêmios são uma recompensa por tudo que eu passei, pelo que eu fiz e que estou fazendo, estou extremamente contente. Agora sigo numa nova etapa da minha vida.

Quais seus planos agora?

Encerrei minha carreira no tênis. Joguei tênis universitário por 3 anos e consegui esses prêmios para acabar a carreira. Assinei por 2 anos para ser assistente técnico na universidade que eu jogava. Junto vou fazer meu MBA em finanças e daqui 2 anos a gente vê onde a vida vai me levar. Tudo que eu tenho, eu devo ao tênis.

E qual a melhor recordação que o tênis deixa pra você?

Tenho 3 mais marcantes, uma no juvenil, uma no profissional e uma no universitário.

-Juvenil: A vitória do Orange Bowl com 16 anos em 2011. Tirando os Grand Slams, esse é o maior torneio infanojuvenil do mundo. Era inimaginável para mim, fui lá sem pretensão alguma e, junto do meu parceiro Lucas Guitarrari conseguimos ganhar as duplas. Foi incrível!

-Profissional: Ganhar aquela rodada de chalenger foi um feito muito grande para mim. Ganhar do Guilhermo Duran, que era 170 do mundo. Eu tinha só 17 anos e ganhar dele em 2 sets foi um feito muito importante e marcante.

-Universitário: A temporada passada foi marcante, fui eleito o jogador mais valioso (MVP) da temporada e nossa equipe venceu a conferencia. Eu ganhei o último jogo, que fechou o confronto e nos deu o título. Foi um dos momentos mais especiais da minha carreira como tenista.

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