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Homenagem
02 de outubro de 2020 17:24
100ª Tenista da Semana: Teliana Pereira
Um dos grandes nomes do tênis brasileiro, tenista anunciou sua aposentadoria

O quadro tenista da semana chega a sua 100ª edição de forma especialíssima, ao longo desses 3 anos conversamos com jogadores de tênis, beach tennis e tênis em cadeira de rodas, profissionais e amadores, adultos e juvenis.

A edição 100 não teria como ser mais especial, Teliana Pereira um dos grandes nomes do tênis brasileiro nos últimos anos e paranaense de coração, anunciou sua aposentadoria das quadras nessa semana e não teríamos como deixar de fazer uma singela homenagem.

Uma jogadora muito especial para uma ocasião muito especial desse quadro:

FPT: Quando você percebeu que queria ser tenista profissional?

Teliana: Eu percebi que queira ser tenista eu tinha 14 para 15 anos, mas é difícil essa pergunta. Eu comecei a jogar com 8 anos e as coisas foram fluindo, até aos 12 e 13 anos você nem pensa nisso, só joga para se divertir ou porque gosta. A partir do momento que eu comecei a jogar torneios e viajar com mais frequência, comecei a pensar nisso. Não que não jogasse ou viajasse antes, mas a quantidade de eventos aumentou e com 15 anos eu joguei meu primeiro torneio profissional. Vi que era outro mundo e foi quando eu percebi que era isso que eu queria.

Qual você considera o maior desafio na sua carreira de tenista?

Acredito que alguns obstáculos que o atleta em geral tem hoje no Brasil. É difícil ser atleta, eu não tinha dinheiro para bancar material, viagens, treinamento, por isso contei com a ajuda de várias pessoas. Mesmo assim, viajava sozinha porque não tinha condição de levar o técnico e sabemos da importância disso. Além da parte financeira, eu tive desafios com a parte física, tive várias lesões na minha carreira, e normalmente era quando eu estava indo bem. O ano de 2009 por exemplo, foi bem complicado, tive 2 lesões, fiz 2 cirurgias. O circuito em si também é bem complicado, mas esse vale muito a pena. Tive obstáculos no dia-a-dia também, mas esses todos enfrentam independente da profissão.

Você tem 3 momentos mais marcantes pra você na sua carreira?

Essa pergunta é injusta (risos), difícil de responder mas todos fazem, vamos lá:
-Título WTA em Bogotá: foi o primeiro título de WTA, então foi muito marcante, muito emocionante. É lógico que eu sempre treinei para ganhar, mas a diferença entre você jogar e ganhar é grande então esse momento foi muito incrível.

-Título WTA em Florianópolis: esse se tornou muito especial por ser em casa, pelas dificuldades que eu passei para chegar e durante o torneio. Estava machucada não sabia se ia jogar, fiquei doente durante o torneio. O título no Brasil foi muito marcante, na final, minha família, minha mãe, meus irmãos, meus amigos estavam lá, presente na torcida. Pessoas que realmente importavam pra mim e que eu nunca tinha conseguido juntar.

-Olimpíadas Rio 2016: eu imagino que todo atleta coloca como objetivo defender o país na Olimpíadas, se você perguntar acho que todos sonham com isso. Para mim o mais legal foi que além de jogar eu disputei simples, duplas e duplas mistas em casa, criei um carinho muito especial por tudo isso.

O que você diria para meninas que sonham em ser tenista profissional?

Isso eu diria para qualquer pessoa que está buscando um sonho. Eu diria para lutar, quando você tem um sonho, um objetivo, um proposito você precisa lutar e se doar 100% para conseguir alcançar. O que eu vejo é que as vezes as pessoas sonham, querem atingir algo, mas se entregam 90% e isso só não é suficiente, tem que ser 100%.

Para as meninas que estão tentando eu recomendaria primeiro procurar pessoas boas para estarem ao lado e que se doem também. E se você sonha em ser tenista você tem que ser tenista, ter esse sonho dentro e fora da quadra, não só quando você está em quadra. Você pode ter outros afazeres fora de quadra, hobbies, mas o tênis exige muito, é um esporte extremamente difícil, extremamente mental, se você não está 100% é muito difícil das coisas acontecerem.

Quais seus planos agora?

Não tenho nada concreto, sei o que eu quero, tenho muito interesse e vontade em trabalhar com o tênis, não sei como, mas sei que eu tenho muito a acrescentar. Não quero sair desse meio, acredito que posso colaborar muito com as meninas que estão vindo, durante minha carreira eu abri muitas portas, vivi muita coisa nesse sentido. Também me agrada muito a TV, comentei o US Open e o Australia Open e gostei muito. Também tenho um sonho muito grande em poder criar algo para ajudar crianças a estarem no meio do esporte, não só se tornar tenista profissional, o esporte vai além disso, o tênis é um esporte tão incrível que você pode ser professor, ir para uma Universidade, se profissionalizar, são muitas opções. Para mim o mais importante são os valores que o tênis exige, ensina disciplina, respeito e vários outros valores. Tenho esse sonho para poder ajudar crianças, lógico aqui no Paraná, mas principalmente no sertão nordestino.

Gostaria de deixar algum agradecimento especial?

Tenho um carinho especial pelo Didier porque sem ele nada disso teria acontecido, ele abriu as portas não só pra mim, mas para toda a minha família. O Alexandre também, por ter acreditado em mim e ter ficado durante tanto tempo ao meu lado. Agradecer minha família por estar ao meu lado, as pessoas que acreditaram e tiveram comigo nos momentos difíceis, não vou citar nomes porque foram muitas pessoas e seria injusto esquecer de citar alguém, até fiz um texto no Instagram sobre isso.

TEXTO NO INSTAGRAM

“OBRIGADA tênis por ter sido tão bom, generoso, desafiador e algumas vezes cruel. Eu vou te amar pro resto da minha vida mas agora é hora de dizer “Até logo”. Está na hora de encarar novos desafios, novas lutas. Mas fique sabendo que toda vez que lembrar de nós dois será com um grande sorriso estampado no rosto. Fico aqui pensando...o que seria de mim sem você? Eu sempre soube que mais cedo ou mais tarde esse dia chegaria...olhe ele aí, ele chegou!!!

Sou muito grata e me sinto extremamente privilegiada por ter tido a oportunidade que muitas crianças gostariam de ter tido. E, quando falo isso vem na minha cabeça a imagem do lugar de onde sai, onde raras crianças tem a possibilidade de ver o mundo e crescer como eu tive. Foram várias horas, dias, meses, anos me dedicando com todo o amor e respeito a esse esporte apaixonante. Jamais esquecerei o esforço da minha família, a vontade e garra do meu pai de proporcionar aos sete filhos uma vida mais digna.

Não posso mencionar nomes, seria injusto, afinal de conta recebi ajuda de várias pessoas do bem. Deixo aqui o meu “MUITO OBRIGADA”. São tantos momentos, memórias incríveis, lugares lindos(outros nem tanto) mas que de algum jeito eu os tornei especiais. Você é minha cara metade.”

 

Finalizamos a matéria agradecendo e parabenizando Teliana Pereira por tudo que conquistou dentro e fora de quadra, um ser humano fantástico que fez muito pelo tênis, dentro e fora de quadra.

 

Obrigado Teliana!

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