O cenário do tênis brasileiro está prestes a vivenciar uma experiência inédita com o anúncio da construção do Lawn Tennis Club em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba. O empreendimento será o primeiro do país a oferecer quadras de grama natural, um piso até então restrito a complexos e torneios internacionais de elite, como o icônico Wimbledon.

O projeto, que promete trazer a experiência consagrada dos clubes europeus para o solo paranaense, está sendo recebido com grande entusiasmo pela comunidade do tênis. A Federação Paranaense de Tênis (FPT), vê na iniciativa um marco para a diversificação da prática esportiva no estado.

Com uma área total de 9 mil metros quadrados, o Lawn Tennis Club não se limitará às quadras. O espaço contará com nove quadras de grama natural, restaurante, espaço de eventos para 180 pessoas, área kids, vestiários, churrasqueira, spa recovery, lavandário e estacionamento para 50 veículos.

Localizado estrategicamente a apenas 10 minutos de Santa Felicidade e 15 minutos dos Parques Tingui e Barigui, o clube unirá natureza, esporte e sofisticação, inaugurando no país um novo conceito de wellness club. As obras já começaram agora em novembro, com a entrega da primeira fase, que inclui vestiários e quadras, prevista para julho de 2026. A filiação será no formato Membership, com títulos individual e familiar.

Para entender a magnitude e os desafios do projeto, conversamos com Roberto Braga Reis, diretor executivo do Lawn Tennis Club. Ele destacou a inspiração internacional e o potencial de impacto no tênis paranaense e nacional.

Inovação Inspirada em Wimbledon

Roberto Braga Reis explica que a decisão de investir na grama natural veio da busca por inovação em um mercado que, segundo ele, oferece pouca diversidade de pisos.

"O tênis cresce exponencialmente. No mundo, já é o 4º esporte mais praticado com 1,3 bilhão de adeptos. No Brasil, a Confederação Brasileira de Tênis tem 33 mil cadastros ativos. Já a Federação Paranaense de Tênis tem mais de 40.000 jogadores cadastrados. Há um mercado em ascensão e resolvemos tentar algo novo, trazer uma nova experiência, inspirados principalmente pelo mais tradicional torneio de tênis do mundo. Se o principal torneio do mundo é jogado na grama, por quê não?"

O diretor reconhece os desafios logísticos e técnicos de manter o piso, como a menor tolerância a uma alta carga de jogos, a impossibilidade de jogar com orvalho e a dormência do gramado no inverno. No entanto, ele enfatiza que os benefícios superam as dificuldades.

"Temos convicção que os benefícios superam os desafios. Jogar na grama é uma experiência maravilhosa. A sensação que se tem é de jogar tênis no jardim de casa no meio do verde da natureza. Além disso, é o piso mais gentil com as articulações, sendo popular com pessoas de mais idade."

Impacto no Tênis Paranaense e Brasileiro

Um dos pontos mais relevantes é o potencial do clube em influenciar o estilo de jogo dos atletas brasileiros, historicamente formados no saibro.

"Nossos tenistas que tentaram ser profissionais foram criados quase todos no saibro. Aqui, 95% dos torneios no país são na terra batida. O resultado disso, durante gerações, nossos juvenis aprenderam que jogar encostado na tela de fundo girando bolas pesadas para o adversário errar ganhava jogos. Contudo, muitos sofreram grandes dificuldades na transição para o profissional porque acabavam pecando na definição de pontos, principalmente contra tenistas americanos e europeus, com estilos de jogo com bolas mais planas e agressivas."

Roberto acredita que a prática em grama e pisos duros é crucial para o desenvolvimento de um jogo mais agressivo e completo."Acreditamos que a prática de torneios em pisos grama e também em pisos duros pode contribuir para desenvolver a agressividade nos jogos dos nossos juvenis que, em geral, já possuem bastante consistência em razão da criação no saibro. Na grama, é necessário desenvolver um bom slice, um bom saque e um bom jogo de rede. O top spin, que é a base do jogo no saibro, possui pouca eficiência na grama."

Planos para Eventos e Homenagens

O Lawn Tennis Club já planeja sediar eventos e torneios oficiais. Roberto confirmou que há uma parceria antiga com entidades como a FPT, CBT e ITF, que já sediaram torneios no Mercês Tênis.

"Há planos de sediar eventos abertos, o que na grama é sempre mais complicado pelos danos que podem ser causados no piso. Há previsão de uma clínica anual para os membros e estamos em contato com profissionais e ex-tenistas profissionais para proporcionar esta experiência para nossos clientes."

Além disso, o clube terá um papel importante na preservação da memória do tênis paranaense, com um projeto de homenagear os atletas que representaram o estado em Wimbledon.

"Temos um projeto de homenagear os tenistas paranaenses que jogaram em Wimbledon com títulos honorários do Lawn Tennis Club. Há vários que jogaram profissionalmente em Wimbledon como Antônio Prieto, Gisele Miró, Teliana Pereira e Thiago Wild e estes feitos merecem ser lembrados."

Adesão Surpreendente

A receptividade do projeto tem sido extremamente positiva. O diretor executivo revelou que a adesão superou as expectativas iniciais.

"Nas primeiras duas semanas já finalizamos os 30 primeiros títulos promocionais de lançamento. E nesta segunda-feira, iniciamos a campanha do segundo lote. A procura tem sido surpreendente. Há pessoas de todas as partes do país interessadas em aderir ao nosso projeto."

O Lawn Tennis Club se consolida, assim, como um projeto visionário que promete elevar o nível do tênis no Paraná e no Brasil, oferecendo uma experiência única e um novo caminho para a formação de atletas. A FPT deseja sucesso ao novo empreendimento!

(Foto: Divulgação/VFJR Arquitetura/Arquiteto Valdir Furtado Junior)